domingo, 5 de fevereiro de 2012

ILUSTRAÇÃO 02: A PIPA E O CRISTÃO



ILUSTRAÇÕES CELESTIAIS

A PIPA E O CRISTÃO



Uma das diversões prediletas de minha infância era soltar pipas. Também chamadas de papagaios, feitas de uma armação de madeira e forro de papel, planam no céu, arrastadas pelo vento e atadas por uma linha.

Quanto mais vento se tem, mais rápido a pipa sobe; quanto mais linha se tem, mais longe se pode ir; quanto mais forte a linha, mais resistência a arrebentar; quanto maior e bem feita a pipa, maior a estabilidade de vôo; quanto maior a habilidade do soltador, mais peripécias se faz...

Na minha infância, existiam uns meninos ricos que possuíam umas pipas lindas, grandes, perfeitas, coloridas, adquiridas de indústrias na capital. Eles tinham bastante linha, tipo “rococó”, muito mais grossas que as comuns, de modo que conseguiam ir bem longe e alto. Existiam também outros moleques, com pipas feitas em casa, também boas, porém não tão belas; estes já possuíam a comum linha 10, e em quantidade menor, de forma que sua altitude e distância eram limitadas. Existiam, ainda, alguns moleques pobres, que viviam nas ruas, que soltavam pipas sem armação, por nós chamada de “jeleco”, com linha 10 velha, cheia de nós, emendas e puídos.

Era muito bonito ver o céu durante as férias, pontilhado de pipas.

Entretanto, alguns meninos não se satisfaziam em brincar com suas pipas, mas tinham prazer em cortar as linhas dos demais, utilizando-se de cerol, uma mistura de cola de madeira e vidro.

Era muito triste ver as pipas “voadas”, indo para longe, sem controle, sem domínio, sem dono...

Comparativamente, podemos fazer a seguinte analogia: o saltador das pipas é Cristo; o vento é o Espírito Santo; as pipas são os Cristãos; a linha é a fé; e o que quer cortar as linhas é o diabo.

Existem pipas fáceis de manejar, belas e estáveis, e as difíceis, tortas e sem estrutura; existem linhas longas e grossas, que permitem vôos mais altos e seguros, e existem linhas curtas, frágeis, repletas de emendas, pontos fracos, que não podem voar alto, e podem romper a qualquer instante.

Que tipo de Cristão é você? O que voa fácil ou o trabalhoso? O que permite uma série de peripécias ou o que as impede? E qual é o tipo de sua fé? A que vai longe ou a curta? A resistente ou a frágil? Cuidado para não sair do controle de Cristo e tornar-se uma pipa “voada”, sem domínio e sem dono, planando sem rumo no ar...

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