quinta-feira, 24 de março de 2011

ARTIGO 03 - NÃO ESTAVA NO PROJETO ORIGINAL

Não estava no projeto original
Hoje estive no velório do pai de uma amiga, que trabalha na mesma empresa que eu.
O falecido tinha 80 anos, havia passado o último mês hospitalizado, e nos últimos dias estava na Unidade de Terapia Intensiva.
Nesse contexto poder-se-ia imaginar que naquele velório não havia espanto e tristeza; afinal, a morte daquele respeitável senhor já era esperada. Que nada! Havia pranto, lamento e desespero.
Observando essa reação, passei a refletir que geralmente velórios são assim. Há muita tristeza, especialmente dos parentes mais chegados. A dor da ruptura, da separação, do adeus, é uma dor muito grande, e raras são as pessoas que lidam bem com ela.
Mas qual seria o motivo para isso? Afinal, não aprendemos, desde cedo, que o ser humano nasce, cresce, reproduz-se e morre? Morrer não faz parte do destino de todo ser humano?
Procuro explicação na Bíblia. Ao ler os primeiros capítulos do livro de Gênesis observo que tudo o que existe foi criado por Deus em apenas seis dias, e no sétimo o Criador descansou. Exceto o ser humano, tudo foi criado pela palavra do seu Poder. E – via de regra – “viu Deus que era bom”.
Entendo que, quando Deus criou o ser humano, a morte não estava nos seus planos. O homem não foi feito para adoecer e morrer. A morte não estava no projeto original de Deus para a humanidade.
Dentre muitos privilégios, Deus deixou uma ordem: “não comereis da árvore da ciência do bem e do mal; pois, no dia em que dela comeres, certamente morrerás”. Foi nesse contexto que Deus falou sobre a morte. Como um castigo pela desobediência.
E Adão fez justamente o que Deus mandou que não fizesse, e a partir desse dia começou a morrer. É como se Deus o injetasse um “vírus”, que avançou até que Adão morreu, aos 950 anos.
E o pecado de Adão contaminou todo o ser humano com esse “vírus”. Está escrito: “Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram” (Rm 5.12).
A partir daí, todo o ser humano nasce infectado pelo “vírus” da morte. Um “vírus” hereditário, incurável, crônico, progressivo e fatal. Todos nós começamos a morrer no dia em que nascemos. E não há quem escape: ricos e pobres; reis e plebeus; brancos e negros; homens e mulheres...
Todos os que nasceram, morreram; talvez à exceção de Enoque e Elias. Amados de Deus como Abraão, Isaque, Jacó, José, Moisés, Josué, Samuel, Davi, Pedro, Paulo, João, todos morreram, de forma que dificilmente poupará a nós.
Mas ainda resta uma esperança! A Bíblia diz: “porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim, pela obediência de um, muitos serão feitos justos” (Rm 5.19).
Este justo é Jesus. Por Ele cremos na Vida Eterna. Foi Ele, e não outro, quem disse: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (Jo 11.25).

2 comentários:

  1. Gostei da sua abordagem biblíca sobre a morte. Mas tenho uma dúvida: Como será o pós morte? Esperaremos o juízo final? Ou já iremos para o paraíso ou para o "lado negro"?

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  2. Opa, tudo bem Valente? Aqui é o Raphael lá da festa do Marcos.

    Parabéns pelo blog! Repassei por alguns textos e decidi comentar nesse aqui.

    Peço também permissão para discordar ou na realidade fazer uma intervenção quanto ao que foi escrito.

    Não há que se falar em vida se não houver a morte. Isso sem querer entrar em dicotomias para definir a vida negativamente. Só indico isso para dizer que o conceito de vida, indiscutivelmente, necessita da morte. Só há esperança de vida se houver certeza da morte.

    Nesse sentido que é inclusive um tanto quanto difícil de se falar em vida eterna no sentido que temos de vida. Vida eterna é a continuação de nossa existência começada em algum momento. Na realidade o "eterno" aí tem grandes problemas quando vai ser diferenciado de "infinito", mas aí são problemas de ordem etimológica que não cabem.

    Mas enfim... o que quero realmente destacar é que talvez a grande questão da queda adâmica não seja o fim de uma vida, ou no caso de uma existência, mas a incompletude de uma existência sem a presença de Deus. Por isso a existência da religião e consequentemente o sacrifício de Cristo.

    "Todos vivem a mesma quantidade de tempo: uma vida"

    Bem, é isso. Se quiser e puder, visite meu blog - http://rapensando.blogspot.com/

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