O OBREIRO E A FAMÍLIA
(SETE ORDENANÇAS PARA UMA FAMÍLIA FELIZ)
Texto
Base: I Tm 3.5 – (porque, se alguém não sabe governar a sua própria casa, terá
cuidado da igreja de Deus?)
INTRODUÇÃO:
- Uma mesma pessoa possui
diversas atribuições distintas, em diversos lugares.
- Um mesmo homem, por
exemplo, pode ser, ao mesmo tempo:
- O filho
- O irmão
- O marido
- O pai
- O empregado
- O chefe
- O servo de Deus
- O Obreiro na Casa do Senhor
- E, não poucas vezes,
essas diversas atribuições se misturam num mesmo momento. Isso confunde a
gente.
# Vou dar um exemplo: João
é administrador de uma fazenda e dirigente de uma Congregação; naquela noite
está em regime de plantão (pode ficar em casa, mas se for necessário precisa ir
ao trabalho). João está dirigindo o Culto (é o Obreiro João), vem sua esposa (é
o marido João) e lhe chama; diz que o Dr. Geraldo, o Fazendeiro, está ao
celular e precisa falar com ele (o empregado João): “João, a vaca malhada caiu
no brejo; preciso que você venha aqui agora tira-la de lá”. “Sim, senhor!” Na
mesma hora liga para Nenê e Ringo, que são boiadeiros da fazenda (o chefe
João): “Nenê, vamos lá na fazenda tirar a vaca malhada do brejo”. João volta ao
púlpito (Obreiro João), passa a direção do trabalho para o auxiliar, dá um
beijo nos filhos (o pai João), e vai correndo para a fazenda tirar a vaca do
brejo.
# Outro exemplo: um general
aceitou Jesus na Igreja pastoreada pelo Soldado; em breve foi apresentado ao
Diaconato e servia às orientações do pastor. Só que o pastor misturou as coisas
e quis dar ordens para o General no Quartel. Acabou preso porque não tinha
entendido que, ali, ele era não era o pastor, mas um soldado; e que o outro ali
não era o Diácono, mas o General.
- Irmãos, precisamos estar
equilibrados em todos os sentidos, em todas as diversas atribuições, para que
sejamos irrepreensíveis como manda a Palavra de Deus (I Tm 3.2a).
- Mas esse equilíbrio não é
nada simples, e acabamos valorizando demais uma atribuição e negligenciando
outra, e isso nos traz problemas.
# Às vezes somos excelentes
Obreiros, muito dedicados na Obra do Senhor, mas somos empregados relapsos e
problemáticos;
# Às vezes somos filhos
sensacionais, carinhosos, zelosos; mas maridos irritadiços, iracundos,
violentos;
# Às vezes trabalhamos
demais, demais, demais; mas não damos a atenção que nossos filhos merecem.
- E nesta manhã vamos
refletir como podemos equilibrar o trabalho na Casa do Senhor com as nossas
atividades (e obrigações) familiares: “O Obreiro e a Família”.
DESENVOLVIMENTO
- Estou certo de que grande
parte do ministério do Obreiro depende do seu relacionamento familiar.
- Na leitura introdutória
vimos que governar bem a sua própria casa (isto é, a sua família), é um
importante requisito para o Obreiro.
- Ora, se a família está
desestruturada, a esposa está insatisfeita, as brigas são constantes, os filhos
não lhe são sujeitos, estão desencaminhados, isso é um grande empecilho para
que esse Obreiro se dedique à Obra de Deus.
- Entretanto, como esse
tema é extremamente amplo, vamos delimitá-lo em um estudo cujo tema é “Sete
Ordenanças para uma Família Feliz”:
1) O OBREIRO DEVE SER MARIDO DE UMA MULHER
- A Palavra de Deus diz em
I Tm 3.2,12 que o Obreiro deve ser marido de uma mulher.
- Como diria o Pr. Cláudio
Duarte: “uma mulher só já é trabalho para a vida inteira”.
- O Obreiro deve, portanto,
ser fiel em sua vida matrimonial. Amar somente a sua esposa (Ef 5.25). Ter
olhos somente para ela.
- E não basta somente ser
fiel, tem que ser um marido presente (I Co 7.34). Há muitas mulheres casadas,
mas que vivem solitárias.
- O Obreiro deve ser um
marido carinhoso, cuidadoso com a sua esposa. Demonstrar seu afeto, inclusive
em público (e demonstrar afeto logicamente não é ficar dando beijos românticos
em público).
- Mas um abraço, um olhar,
um sorriso. Isso demonstra, inclusive para os adversários, que seu casamento é
sólido e vai bem.
# Quando namorados, se
chovia você dava o guarda-chuva para sua esposa e vinha na chuva; quando
noivos, os dois vinham abraçados debaixo do guarda-chuva, e os dois se molhavam
um pouco; depois de casados, você vem sozinho com o guarda-chuva e a mulher que
corra atrás, na chuva.
# Quando namorados, ele a
chamava de “pombinha”, “moranguinho”; quando noivos, ele a chamava de
“ovelhinha”, “maçãzinha”; agora casados, ele a chama de “vaca” ou “abacaxi”.
Está errado.
- Penso que o marido não
deve esconder segredos da sua vida para sua esposa e vice-versa. Os dois são
um. A esposa tem o direito de saber quanto o marido ganha, aonde ele vai, com
quem ele vai; e vice-versa.
- Outra questão que precisa
ser desmistificada é que o Obreiro também tem o direito de ter uma vida íntima
ativa com a sua esposa (I Co 7.3).
- Penso que manter uma vida
íntima saudável não é pecado. Pecado, para o casado, é não mantê-la (I Co 7.5).
- Portanto, o homem não
deve evitar a sua mulher; e a esposa não deve evitar o seu marido.
- Amem-se, pois isso também
é bênção de Deus e está autorizado pelo matrimônio (Hb 13.4a).
2) O OBREIRO DEVE CUIDAR DA SAÚDE E APARÊNCIA
- Aqui vem a 2ª Ordenança,
que de alguma forma é paralela com a primeira: o Obreiro deve cuidar da sua
saúde, da sua higiene e da sua aparência. O nosso corpo é o templo do Espírito
Santo (I Co 6.19).
- Já foi o tempo em que o
Obreiro não devia ter qualquer cuidado com a saúde, a higiene e a aparência,
sob a premissa de que isso seria vaidade.
- Não, não é vaidade. É
respeito com as pessoas que se relacionam com você, especialmente com a sua
esposa.
# Lembram-se do exemplo do
João, Obreiro e Administrador da Fazenda? Pois bem, vamos usá-lo de novo. João
foi à Fazenda, entrou no brejo, tirou a vaca malhada, e chegou em casa as onze
da noite, deitou direto na cama, todo suado e sujo, e agora quer que sua esposa
lhe seja romântica. Toma vergonha, João! Tome um banho, escove os dentes,
coloque uma cueca limpa, um perfume, e agora sim, vem deitar.
- O Obreiro (e também
marido), deve tomar banho, usar um desodorante, escovar os dentes, cortar o
cabelo de vez em quando. Isso é importante para o seu casamento, e para o seu
ministério.
- Não é nada romântico um
bafo-de-onça, uma “nhaca” debaixo do braço, um pé cascudo, dentre outras.
3) O OBREIRO DEVE APOIAR A SUA ESPOSA
- Diz a Palavra de Deus: “Portanto,
deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos
uma só carne” (Gn 2.24).
- O marido e a esposa estão
apegados um ao outro. São uma só carne. Um precisa apoiar o outro, sempre. (a
não ser logicamente que um dos cônjuges esteja claramente fora da visão e
prestes a cometer uma loucura).
- Quero lhes dizer,
Obreiros, que devemos sempre priorizar o apoio a nossa esposa (e vice-versa):
- Entre a sua mãe e a sua
esposa, apoie a sua esposa; pois a Palavra é clara ao dizer “deixará o homem o
seu pai e a sua mãe” (Gn 2.24)
- Entre seus filhos e a sua
esposa, apoie a sua esposa;
- Entre seu trabalho e a
sua esposa, priorize a sua esposa;
- Entre seu automóvel e a
sua esposa, priorize a sua esposa;
- Entre o cachorro de
estimação e a sua esposa, priorize sua esposa.
- Digo isso porque tenho
visto muitos homens, maridos, que estão dando mais atenção aos pais do que a
sua mulher. É correto, é bíblico, que precisamos honrar o pai e a mãe (Ex
20.12); é um mandamento com promessa (Ef 6.2). Mas a sua família agora é a sua
mulher. Você não é uma só carne com sua mãe, mas com a sua esposa.
- Não digo isso para que se
desamparem pai e mãe; apenas para que não haja mais uma dependência emocional
dos pais. Isso é prejudicial ao casamento.
- Mulheres que só apoiam os
filhos e vão sempre contra o marido; está errado. Priorize o seu marido. Daqui
a pouco seus filhos vão crescer, ter a sua própria família; e você vai ficar
com seu marido.
- Tem homens que só pensam
no trabalho e negligenciam a sua esposa. Também está errado.
- Há mulheres que gostariam
de ser tratadas como o Fiat do marido. Ou como o cachorro de estimação da
família.
- Agora, logicamente,
precisamos de discernimento quando o cônjuge está errado. E aí precisamos
alertá-lo disso. Não em público, mas em secreto; não irritadamente, mas
carinhosamente.
- Agora: entre Deus e a sua
esposa, escolha sempre DEUS.
4) O OBREIRO DEVE SER UM PAI PRESENTE
- Agora segue uma ordenança
referente à criação dos filhos.
- A Palavra de Deus alerta
que os Obreiros devem ter seus filhos em sujeição (I Tm 3.4) e que governem os
seus filhos (I Tm 3.12).
- Esse foi o grande
problema da vida do Sacerdote Eli, e também do rei Davi. Filhos desobedientes,
desviados, irreconciliáveis, que acabaram por prejudicar o ministério dos seus
pais.
- Penso que a educação dos
filhos comece com a presença do pai e da mãe. Sim, a presença.
- Em tempos do avanço da
tecnologia, onde as pessoas estão cada vez mais perto daqueles que vivem
distantes, e cada vez mais distantes daqueles que vivem perto; em tempos do
Capitalismo selvagem, em que precisamos trabalhar cada vez mais para termos a
qualidade de vida que desejamos, os bens que desejamos; precisamos nos esforçar
para que não abandonemos nossos filhos à própria sorte. E assim o percamos.
- Os avôs não são pais;
- Os tios não são pais;
- As babás não são pais;
- As creches não são pais.
- Escola não educa; creche
não educa; Igreja não educa; quem educa são os pais (Pv 22.6).
- Pais que abandonam os
filhos pequeninos nas creches para ganharem mais dinheiro, fazem uma má
escolha.
- Precisamos estar mais
presentes nas vidas dos nossos filhos.
- Precisamos conversar com
eles, conhecê-los. Às vezes não sabemos sequer quem são os nossos filhos, quais
são os seus sonhos, as suas dúvidas, as suas necessidades, e isso é um grande
perigo com a Herança do Senhor. Seremos cobrados disso!
# Como certa charge em que
um pai está na cadeia dizendo “meu filho, onde foi que erramos?”, e um outro
homem, na cela do lado diz: “pai, eu sou este aqui...”
- Converse com seus filhos,
brinque com eles, beije-os, ame-os, demonstrem que eles são amados; tire tempo
para eles; isso fará uma imensa diferença para sua família.
# O filho que comprou meia
hora do tempo do pai.
# O filho que pediu ao
Pastor para morar na Igreja.
5) O OBREIRO DEVE EDUCAR PELOS BONS EXEMPLOS
- Diz Jesus, em Jo 5.19:
“Na verdade, na verdade vos digo que o Filho por si mesmo não pode fazer coisa
alguma, se o não vir fazer o Pai; porque tudo quanto ele faz, o Filho faz
igualmente”.
- Obviamente que Jesus
estava falando de si mesmo e de Deus.
- Mas essa palavra também é
válida para o relacionamento entre pai e filho: filhos tendem a imitar o pai; filhas
tendem a imitar a mãe.
- Pai que ora, filho que
ora; pai que lê a Bíblia, filho que lê a Bíblia; pai que trata bem a esposa,
filho que trata bem a mãe. É assim, o exemplo fala muito mais forte do que
palavras.
- Pai que ama o Flamengo,
filho que ama o Flamengo; pai que fala palavrão, filho que fala palavrão; pai
que grita com a esposa, filho que grita com a mãe; pai que bebe cachaça, filho
que bebe cachaça.
- Lógico que há exceções.
Mas essa é a regra.
- Mãe que ora, filha que
ora; mãe que jejua, filha que jejua; mãe que se veste decorosamente, filha que
se veste decorosamente; mãe que mente, filha que mente; mãe que trai o marido;
filha que se prostitui; mãe que fala mal da Igreja, filha que se desvia da
Igreja; mãe que se pinta; filha que se pinta; essa é a regra.
- Então, Obreiros, tomemos
muito cuidado com os exemplos que estamos dando, mesmo que sem palavras.
- Obreiros devem educar
seus filhos pelos bons exemplos. E esses exemplos não somente na Igreja (na
Igreja é fácil). Especialmente em casa.
6) O OBREIRO JAMAIS DEVE USAR DE VIOLÊNCIA
- Paulo adverte a Timóteo
que o Obreiro não deve ser “espancador” (I Tm 3.3). E essa é a 6ª ordenança
para os Obreiros e a Família: o obreiro jamais deve usar da violência.
- Física ou mesmo verbal.
- Um marido jamais deveria
levantar a sua mão contra a sua esposa. Mas quero lhes dizer que isso ocorre
mais corriqueiramente do que se pensa.
- Desde a década de
sessenta quando Nélson Rodrigues dizia “que mulher gosta de apanhar”.
- Ninguém gosta de apanhar.
Está repreendido.
- A situação avançou de tal
forma, a violência doméstica, que foi necessária a criação de uma Lei para
proteger as mulheres, a “Lei Maria da Penha”.
- Minha irmã trabalha no
Tribunal de Justiça e me relata que muitos são os casos de violência doméstica
denunciados.
- E os que não são
denunciados, por medo?
- Obreiro não bate em
mulher. Crente não bate em mulher. Homem que é homem não bate em mulher. Nem
com uma flor.
- E você pode me perguntar,
e nos filhos, podemos bater? Uma “palmadinha” pode? Você pode até dizer que
está escrito: “não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a
vara, nem por isso morrerá” (Pv 23.13).
- Tramita inclusive uma Lei
na Câmara Federal sobre o tema. A “Lei da Palmada” é um tema bastante
controverso.
- Em minha opinião, as
palmadas nos filhos devem ser, ao máximo, evitadas. Se ocorrerem, que sejam sem
violência (não para machucarem).
- O diálogo deve prevalecer
sempre que possível.
- Agora, precisamos vigiar
também contra a violência verbal, moral, que dói tanto ou mais do que a
violência física, e também deve ser evitada.
- Obreiros não devem fazer
“bullying” com suas esposas e filhos.
- Diz o ditado que há três
coisas que não voltam: “uma pedra atirada”; “uma flecha lançada” e “uma palavra
dita”. (agora há uma 4ª coisa que não volta: a mensagem no whatsapp).
- Cuidado com o que fala.
Palavras matam. Matam casamentos; matam famílias; e matam ministérios.
7) O OBREIRO DEVE SER ORGANIZADO NAS FINANÇAS
- Finalmente, a 7ª
ordenança para uma família feliz, é que o Obreiro deve ser organizado em suas
finanças.
- Alguns podem até pensar
que isso não tem nada a ver, que está descontextualizado nesta mensagem, mas
afirmo sem medo de errar que muitos casamentos são destruídos pela desordem
financeira.
- Obreiro de valor não se
embaraça com assuntos financeiros.
- Primeira regra da ordem
financeira do Crente: Dê a Deus o que é de Deus. Seja fiel nos dízimos e
ofertas. Crente infiel nos dízimos e ofertas não está apto para ser obreiro.
- Segunda regra da ordem
financeira: Não gaste mais do que ganha. Essa é uma matemática pura e simples.
Se eu gasto mais do que ganho certamente vou ficar devendo algo.
- Terceira regra da ordem
financeira: sempre que possível, faça alguma reserva para o dia mal. (José nos
ensinou isso no Egito).
- Quarta regra: Cuidado com
o consumismo exagerado. Não coloque o chapéu onde a sua mão não alcança. Não
queira comprar algo para se mostrar para os outros.
- Quinta regra: Repreenda o
Cartão de Crédito e o Cheque Especial. Taxas de Juros exorbitantes. Fuja do
Cheque sem fundos.
- Falta de dinheiro não faz
ninguém perder o sono; dívidas, essas sim, fazem perder o sono.
- Obreiros do Senhor: deixem
bem claro para a sua esposa e para os seus filhos a sua situação financeira.
Não gaste por pressão.
CONCLUSÃO
- Obreiros, atentem para
essas sete ordenanças e tenham casamentos e famílias mais felizes.
- Tenho total convicção
que, com suas famílias mais felizes, vocês serão obreiros ainda melhores na
Casa do Senhor.
CONVITE
- A Bíblia nos apresenta
dois Obreiros do Senhor: Noé e Jonas.
- A Bíblia nos diz que Noé
construiu a Arca e pregou a respeito do Dilúvio durante 120 anos de sua vida.
E, no final de todo esse tempo, somente ele, sua esposa, seus três filhos e
suas três noras entraram na arca. 08 pessoas no todo.
- A Bíblia nos diz que
Jonas pregou a respeito da Destruição de Nínive; uma só vez; e todas as pessoas
creram, e se arrependeram, e se vestiram de sacos, e foram perdoadas por Deus.
120.000 almas.
- Qual obteve o maior
sucesso? O que ganhou 7 ou o que ganhou 120.000?
- Fico com aquele que
ganhou 7, mas era a sua família.
- De que adianta o homem
ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma (sua família)?
- Sua família é o bem mais
precioso que temos abaixo da Salvação das nossas almas. Zele por ela.
# Peço que todas as
famílias se aproximem, que eu quero orar por vocês.
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