sábado, 23 de abril de 2016

MENSAGEM 06: QUE FAREI DE JESUS, CHAMADO CRISTO?


QUE FAREI DE JESUS, CHAMADO CRISTO?



Texto Base: Mt 27.22

“Disse-lhes Pilatos: Que farei, então, de Jesus, chamado Cristo?”



INTRODUÇÃO:


- Contexto: Jesus, depois de ser traído por Judas Iscariotes; preso no Getsêmani; negado por Pedro; julgado culpado pelo Sinédrio; esbofeteado pelos levitas; já na manhã da sexta-feira foi levado, pelos judeus, para diante de Pôncio Pilatos.

- A decisão de Pilatos a respeito da acusação dos judeus era relevante para a vida de Jesus, pois naquela época os judeus estavam proibidos, por lei romana, de decretarem a pena de morte.


- Quem era Pilatos? Pilatos era prefeito (ou governador) da província romana da Judéia, nomeado pelo Imperador Tibério em 26 dC; a Bíblia não traz muitos detalhes a respeito da sua vida, mas temos algumas informações, tanto na Palavra quanto na tradição:

- De acordo com a leitura de Lucas 13.1, era um idólatra e que havia sacrificado muitos galileus.

- De acordo com a leitura de Mateus 27.19, vemos que era um homem casado (de acordo com os historiadores, sua esposa se chamava Prócula).

- De acordo com o historiador Flávio Josefo, em seu livro “Guerra dos Judeus”, Pilatos se apropriou de tesouros do Templo para construir um aqueduto.

- Consta a existência de um livro, apócrifo, conhecido até os dias atuais, denominado “Atos de Pilatos”, também conhecido como “Evangelho de Nicodemos”, que levou Pilatos a ser canonizado pela Igreja Etíope.

- De acordo com o historiador Eusébio de Cesaréia, em seu livro “História Eclesiástica”, Pilatos cometeu suicídio no ano 37 dC, depois de cair em desgraça com o Imperador Calígula.

- Contudo, voltemos à Bíblia e foquemos exclusivamente nela, porque ela é a Palavra de Deus.




DESENVOLVIMENTO

- O momento mais relevante da história da vida de Pilatos foi o encontro que ele teve com Jesus.

- Provavelmente Pilatos estaria restrito a umas poucas páginas nos livros de história, e não estaria aqui sendo abordado, tantos séculos depois, não fosse aquele encontro.

- Um encontro que, de tão importante, foi registrado nos quatro Evangelhos (Mt, Mc, Lc e Jo).



1) UM ENCONTRO DIFERENTE

- O encontro de Pilatos com o Senhor Jesus foi diferente de todos os encontros que Jesus teve em seu ministério.

- Jesus desejado: Em todos os encontros, Jesus era visto como a solução dos problemas, o Santo, o Líder, o Filho de Deus, o Senhor dos Senhores; as pessoas rogavam pela sua misericórdia, como foi o caso de Jairo, Nicodemos, Bartimeu, a mulher Cananéia, a mulher do fluxo de sangue, dentre tantos outros.

- Interessante que, em todos esses casos, Jesus sequer hesitou em ajudar, em interceder, em realizar o milagre, a cura, a libertação.

- Jesus desprezado: Mas o encontro com Pilatos foi diferente. Pilatos aparentemente não precisava de um milagre. Pilatos aparentemente não precisava de Jesus.

- Pelo contrário, humanamente falando, agora era Jesus que precisava da ação de Pilatos para salvar a sua vida.

- Vejo ali um Jesus solitário, abatido, cansado (não dormira à noite), decepcionado (um apóstolo o traíra, outro o negara, os demais o abandonaram), ferido (os judeus o esbofetearam). Vendo aproximar-se dele o cálice indesejável.

- Aparentemente frágil e nada poderoso.



2) UM ENCONTRO SOB PRESSÃO

- O 1º Encontro: Não consta nas Páginas Sagradas que Jesus e Pilatos tenham se encontrado antes daquele momento. E o encontro não teria momento mais complicado para ocorrer.

- Era época de Páscoa, o dia da preparação, a cidade estava cheia e os judeus estavam alvoroçados, gritavam pedindo a condenação e a morte de Jesus.

- Eis agora dois poderes se encontrando, num momento sob extrema pressão: o poder terreno com o poder celestial.

- Pilatos está transtornado diante da pessoa de Jesus, que ele mesmo diz ser chamado Cristo.

- Pilatos está numa situação difícil. Creio que, num primeiro momento, ele se afeiçoou a Cristo. Ainda que ferido, ainda que exausto, Jesus é apaixonante.

- Conjecturo que o coração de Pilatos palpitou mais forte ao deparar-se frente a frente com Jesus. Afinal, Pilatos também era uma criatura das mãos de Deus.

- Faz perguntas a Cristo, que é extremamente conciso em suas respostas. Não busca se defender.

- Mateus relata que Pilatos estava muito maravilhado (Mt 27.14). Reconhece que estão entregando Jesus por inveja (Mt 27.18). Reconhece que estava diante de um homem inocente e justo.

# Lucas relata que, por 3 vezes, Pilatos testificou a inocência de Cristo:

Lc 23.4b – “Não acho culpa alguma neste homem”;

Lc 23.14b – “Nenhuma culpa, das que o acusais, acho neste homem”

Lc 23.22 – “Não acho nele culpa alguma de morte”.

- Para piorar, Pilatos recebe um preocupante comunicado de sua esposa: “não entres na questão desse justo, porque num sonho eu muito sofri por causa dele” (Mt 27.19). Ela o julgava justo.

# Aliás, quis a sabedoria divina que diversas pessoas testemunhassem sobre a justiça de Jesus: Pilatos (Lc 23.4b); a esposa de Pilatos (Mt 27.19); Judas Iscariotes (Mt 27.4); o malfeitor na cruz (Lc 23.41); o Centurião (Lc 23.47).

- A turba dos judeus pressiona.

- E nesse momento de extrema intensidade Pilatos, não sabendo como proceder, faz a grande pergunta: “Que farei de Jesus, chamado Cristo?” (Mt 27.22).


Os erros de Pilatos:

1)     Transfere a responsabilidade da decisão para terceiros. Ele era o governador, ele era o juiz qualificado, a ele cabia a decisão, e ele a transferiu: “Que farei de Jesus?” (Mt 27.22)

2)     Envolve uma terceira pessoa que não tinha nada a ver com a história, a fim de relativizar a força da sua própria decisão? “Qual desses dois quereis que vos solte?” (Mt 27.21)

3)     Por pressão do povo, condena uma pessoa à morte sabendo que era justa, inocente, que estava sendo entregue por inveja. “Mas que mal fez ele?” (Mt 27.23)

4)     Lava as mãos como sinal de que não participava daquilo; ora, sem a sua participação a condenação à morte não seria possível. Lavar as mãos era uma maneira judaica (e não romana) de expressar a não participação de um derramamento de sangue (Dt 21.6,7). Com isso despreza o sacrifício de Cristo.

5)     Ao mandar prender a Jesus, Pilatos acaba soltando Barrabás (Mt 27.26). Justamente aquele homicida e rebelde que deveria morrer foi solto, enquanto o justo e inocente foi preso.



3) UM ENCONTRO REPLICADO

- Nesse encontro vemos um homem atribulado diante de uma situação complexa, dúvida tremenda: O que fazer a respeito de Jesus?

- E ainda hoje vemos essa história ser simbolicamente repetida na vida de muitas pessoas.

- Pessoas que, assim como Pilatos, passaram praticamente toda a sua vida sem conhecerem Jesus; e que agora o veem à sua frente, calado, mas extremamente apaixonante.

- E, assim como Pilatos, se veem atraídas por Jesus, ainda que não o conheçam bem e profundamente. O coração arde. As lágrimas rolam. O desejo de amá-lo, seguí-lo, reverenciá-lo, salvá-lo, é muito grande.

- Quem sabe, assim como Pilatos, essas pessoas não se veem em uma posição de inferioridade diante de Cristo. Acham que não precisam de um milagre dele; acham que não precisam dele. Mas apesar disso, estão afeiçoadas à Ele.

- O desejo dessas pessoas é abraçá-lo; conhecê-lo; seguí-lo; mas, assim como Pilatos, esse encontro parece ter ocorrido na hora errada.

- Há pressão de todos os lados: a posição social; o respeito no trabalho; a esposa; a família; os que gritam “Crucifica-o”; a quem ouvir?

- A voz que vem de dentro ou as muitas vozes que vem de fora? Qual falará mais alto?

- Assim como Pilatos, muitos preferem silenciar a voz de dentro, para agradar ao chefe; para não desagradar a mãe; para não assumir compromissos; para não mudar de fé; para não se envolver com Cristo.

- Assim como Pilatos, muitos estão lavando as mãos, e perdendo a grande oportunidade de tomar uma decisão ao lado de Cristo.

- Até vem aos Cultos, até gosta dos hinos; até admira os sermões; mas comentem os erros de Pilatos:

            - transferem a responsabilidade da decisão para outros;

            - envolvem uma terceira pessoa que não tem nada a ver;

            - desprezam a Cristo, mesmo o reconhecendo como justo;

- Lavam as mãos diante do Salvador do Mundo. Ficam em cima do muro (e se esquecem que o muro tem um dono).

- Ao evitarem Cristo, acabam soltando o “Barrabás”. (“Barrabás” representa o velho homem, o mundano, o pervertido, o viciado...)



CONCLUSÃO

- Quem sabe essa pessoa hoje seja você? Quem sabe se, hoje, numa Igreja com tantas pessoas, o símbolo de Pilatos é justamente você?

- Se é você, Deus está falando isso com você agora.

- Quem sabe você está aqui, nesta noite, diante de Cristo, seu Salvador, e está com o coração aos saltos querendo abraçá-lo, recebê-lo, amá-lo, mas as pressões externas estão lhe impedindo de decidir ao lado de Cristo.

- Hoje é noite de romper ao estigma de Pilatos. Hoje é noite de decidir-se por Cristo, independentemente do que vão dizer os outros. A decisão é sua. A decisão é intransferível.

- Que você fará de Jesus, chamado Cristo?



CONVITE

- Hoje é o dia da decisão. Qual será a sua? Ficar ao lado de Cristo ou atender aos apelos da multidão?

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