sábado, 26 de março de 2016

ARTIGO 04: O RESGATE DAS DUAS CHAVES


O RESGATE DAS DUAS CHAVES

Leiam o Evangelho de Marcos, no Capítulo 15, a partir do versículo 48...

Sim, na sua Bíblia não existem esses versículos. Nem na minha. Nem em nenhuma Bíblia. Não está escrito na Palavra de Deus, e por isso precisamos ter muito cuidado e reserva.

Mas também não se trata de ilação ou conjectura. O Evangelho de Marcos, no Capítulo 15, termina no versículo 47, com o sepultamento de Jesus na sepultura “zero quilômetro” de José de Arimatéia, na tarde da sexta-feira em que nosso Rei fora crucificado. O Capítulo 16, o último do Evangelho de Marcos, inicia da seguinte forma: “e, passado o sábado...”; e, logo no versículo 2, diz: “E, no primeiro dia da semana (domingo), foram ao sepulcro”...; e Jesus não estava mais lá, mas fora ressuscitado (Mc 16.6).

Ora, o sábado posterior à crucificação de Jesus foi totalmente omitido do Evangelho de Marcos. E dos quatro Evangelhos.

Então, se não foi registrado, porque falar nesse sábado? Não seria o princípio de uma heresia? Se Deus, que é o verdadeiro Autor da Bíblia, ocultou o fato, para que falarmos nisso?

Falo desse sábado porque não creio que Jesus tenha simplesmente descansado aquele dia, apesar da intensidade da sua última sexta-feira.

Creio, pela fé e pela interpretação de textos correlatos, que foi justamente nesse sábado que Jesus executou uma das obras mais importantes da humanidade: o resgate de duas chaves.

Os Apóstolos Paulo (ver 2 Co 12.2) e João (Ap) tiveram revelações que nos levam a esse entendimento. João nos afirma, em sua visão na Ilha de Patmos, que viu Jesus em seu corpo transformado, que lhe disse: “tenho em minhas mãos as chaves da morte e do inferno” (Ap 1.18). Em vida, Jesus não falara isso, de forma que entendo que ele tomou essas chaves após sua morte. Paulo já havia falado indiretamente nessas chaves quando exclamou: “tragada foi a morte na vitória; onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1 Co 15.57,58). E quando teria ocorrido essa vitória? O próprio Paulo deixa uma pista ao dizer: “Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro; e deu dons aos homens. Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também ANTES tinha descido às partes mais baixas da terra?” (Ef 4.8,9).

Paulo diz que Jesus desceu às partes mais baixas da terra antes de subir (ascensão de Cristo). Ou seja, o espaço entre a morte de Cristo e sua ascensão é de 42 dias. O resgate das chaves ocorreu nesse período e o dia mais propício para isso foi no sábado subsequente à sua morte.

Ou seja, creio que foi nesse sábado que Jesus, paradoxalmente um judeu, invadiu o inferno, tomou as chaves da morte e do inferno das mãos do diabo, e eliminou a afronta que era contra nós.

Pastor Carlos Valente

Brasília, 26 de março de 2016.

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