O RESGATE DAS DUAS
CHAVES
Leiam o Evangelho de Marcos, no
Capítulo 15, a partir do versículo 48...
Sim, na sua Bíblia não existem
esses versículos. Nem na minha. Nem em nenhuma Bíblia. Não está escrito na
Palavra de Deus, e por isso precisamos ter muito cuidado e reserva.
Mas também não se trata de ilação
ou conjectura. O Evangelho de Marcos, no Capítulo 15, termina no versículo 47,
com o sepultamento de Jesus na sepultura “zero quilômetro” de José de
Arimatéia, na tarde da sexta-feira em que nosso Rei fora crucificado. O
Capítulo 16, o último do Evangelho de Marcos, inicia da seguinte forma: “e,
passado o sábado...”; e, logo no versículo 2, diz: “E, no primeiro dia da
semana (domingo), foram ao sepulcro”...; e Jesus não estava mais lá, mas fora
ressuscitado (Mc 16.6).
Ora, o sábado posterior à
crucificação de Jesus foi totalmente omitido do Evangelho de Marcos. E dos
quatro Evangelhos.
Então, se não foi registrado,
porque falar nesse sábado? Não seria o princípio de uma heresia? Se Deus, que é
o verdadeiro Autor da Bíblia, ocultou o fato, para que falarmos nisso?
Falo desse sábado porque não
creio que Jesus tenha simplesmente descansado aquele dia, apesar da intensidade
da sua última sexta-feira.
Creio, pela fé e pela
interpretação de textos correlatos, que foi justamente nesse sábado que Jesus
executou uma das obras mais importantes da humanidade: o resgate de duas
chaves.
Os Apóstolos Paulo (ver 2 Co
12.2) e João (Ap) tiveram revelações que nos levam a esse entendimento. João
nos afirma, em sua visão na Ilha de Patmos, que viu Jesus em seu corpo
transformado, que lhe disse: “tenho em minhas mãos as chaves da morte e do
inferno” (Ap 1.18). Em vida, Jesus não falara isso, de forma que entendo que
ele tomou essas chaves após sua morte. Paulo já havia falado indiretamente
nessas chaves quando exclamou: “tragada foi a morte na vitória; onde está, ó
morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?” (1 Co 15.57,58). E
quando teria ocorrido essa vitória? O próprio Paulo deixa uma pista ao dizer:
“Por isso diz: Subindo ao alto, levou cativo o cativeiro; e deu dons aos
homens. Ora, isto – ele subiu – que é, senão que também ANTES tinha descido às
partes mais baixas da terra?” (Ef 4.8,9).
Paulo diz que Jesus desceu às
partes mais baixas da terra antes de subir (ascensão de Cristo). Ou seja, o
espaço entre a morte de Cristo e sua ascensão é de 42 dias. O resgate das
chaves ocorreu nesse período e o dia mais propício para isso foi no sábado
subsequente à sua morte.
Ou seja, creio que foi nesse
sábado que Jesus, paradoxalmente um judeu, invadiu o inferno, tomou as chaves
da morte e do inferno das mãos do diabo, e eliminou a afronta que era contra
nós.
Pastor Carlos Valente
Brasília, 26 de março de 2016.
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