OS PARADOXOS DA CRUZ DE CRISTO
Texto
Base: Jo 19.17,18,30
TESE:
- O que é um paradoxo? Um paradoxo
é uma declaração aparentemente verdadeira que leva a uma contradição
lógica,
ou a uma situação que contradiz a intuição comum.
- Em termos simples, um
paradoxo é "o oposto do que alguém pensa ser a verdade".
- Em análise ao episódio da
crucificação de Cristo, observa-se a existência de diversos paradoxos, os quais
vamos destacar nesta breve mensagem.
DESENVOLVIMENTO:
1)
MALDIÇÃO X BÊNÇÃO
- A
Bíblia nos relata que todo aquele que fosse pendurado no madeiro seria
considerado maldito. (Dt 21.23b).
-
Dessa forma, a reflexão lógica seria considerar que a morte de Cristo na cruz
foi uma maldição.
- E
considerar Jesus como maldito, biblicamente falando, ou seja, um ser
desprezível, digno de repulsa, de vergonha e desprezo.
#
O paradoxo é que a cruz de Cristo não o fez maldito, mas ainda mais bendito.
-
A morte de Cristo na cruz não o faz digno de vergonha ou desprezo, mas o faz
digno de adoração.
-
Fp 2.8,9: “e achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente
até a morte, e morte de cruz; pelo que Deus também o exaltou soberanamente e
lhe deu um nome que é sobre todo o nome”. Passar pela cruz não manchou seu
nome.
2)PENA
DOS MALFEITORES X DESTINO DO BENFEITOR
- A
morte por crucificação era uma morte horrenda, um triste espetáculo, pena
destinada aos piores dos malfeitores, autores dos crimes mais cruéis.
-
A cruz era destinada aos piores pecadores, à escória da sociedade.
- A
reflexão lógica é que, se Cristo foi crucificado, foi porque era digno dessa
pena máxima, havia cometido um crime bárbaro.
#
O paradoxo é que Jesus não cometeu nenhum crime digno de morte. Assim também
falaram Pilatos e o malfeitor.
-
O único homem santo, que jamais cometeu pecado, foi crucificado e sofreu a pena
mais grave.
-
Isaías diz que “ao SR agradou moê-lo” e que “o castigo que nos traz a paz
estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados”.
3)
A INTENÇÃO HUMANA X A INTENÇÃO DIVINA
-
Os judeus intentavam proteger a sua religião, a sua crença, contra uma nova e
revolucionária ideia de um jovem Galileu.
-
Os romanos intentavam silenciar uma possível revolta em uma das colônias de seu
império.
-
Herodes não queria desagradar aos judeus; Pilatos lavou as mãos.
-
No fim das contas, a intenção humana, com a morte de Cristo, era apagar sua
memória, espalhar seus seguidores, findar sua filosofia.
#
O paradoxo é que os homens queriam matar Jesus para que ele fosse esquecido; e
Deus queria matá-lo para que ele fosse lembrado para sempre;
-
Os homens queriam que a filosofia de Cristo parasse e que todos os seus
discípulos se dispersassem; Deus queria que a sua filosofia perseverasse e que
seus discípulos ainda mais se unissem.
4)
PALAVRAS DE INJÚRIA X PALAVRAS DE PERDÃO
- Fato
normal nas crucificações era se ouvir palavras de injúria, de revolta, de dor,
proferidas pelos crucificados.
-
Perto da morte iminente, já sem nada a perder, os crucificados maldiziam os
céus, maldiziam os pais, maldiziam os seus algozes.
-
Até mesmo um dos salteadores crucificados ao lado de Cristo proferiu palavras
de injúria contra Cristo.
-
Era de se esperar que Cristo proferisse palavras de ódio quando da sua
crucificação, ainda mais porque era inocente.
#
O paradoxo é que Cristo não abriu a sua boca para blasfemar.
-
Como estava escrito desde 700 aC: “Ele foi oprimido, mas não abriu a sua boca;
como um cordeiro, foi levado ao matadouro e, como ovelha muda perante os seus
tosquiadores, ele não abriu a sua boca” (Is 53.7).
-
Na verdade, Jesus disse 7 palavras na cruz, todas palavras de oração, de bênção,
de cuidado, de perdão e de vitória.
- Oração: “Deus meu, Deus meu,
porque me desamparaste?” (Mt 27.46); “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”
(Lc 23.46);
- Bênção: “Em vdd te digo que hj
estarás comigo no Paraíso” (Lc 23.43);
- Cuidado: “Eis aí a tua mãe; eis
aí o teu filho” (Jo 19.25,26); “Tenho sede” (Jo 19.28);
- Perdão: “Pai, perdoa-lhes,
porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34);
- Vitória: “está consumado” (Jo
19.30).
5)
A PIOR DERROTA X A MAIOR VITÓRIA
- É
uma lógica humana acreditar que, se a pessoa morreu crucificada, acabou por
sofrer a pior das derrotas no campo físico, material e espiritual.
-
Muitos poderiam pensar que, ao morrer crucificado, Jesus estava sofrendo a pior
de todas as derrotas perante os seus inimigos.
- O
diabo venceu!
-
Digo mais, muitos poderiam pensar que, ao morrer crucificado, Jesus seria visto
para sempre como um derrotado.
# O
paradoxo, à luz da Palavra de Deus, é que a morte de Cristo na cruz do Calvário
não pode jamais ser considerada uma derrota.
-
Pelo contrário, a maior vitória de Cristo contra as forças do mal, não ocorreu
no início de sua vida, quando Herodes o queria matar; não ocorreu no deserto,
onde Satanás o levou para o tentar; não ocorreu nas ministrações públicas, nas
grandes curas e libertações; não ocorreu nos milagres e maravilhas; mas a maior
vitória de Cristo contra as forças do mal ocorreu justamente na cruz.
-
Ao expirar o próprio Jesus afirmou: “Está consumado”; gosto disso! Quer dizer,
a vitória está completa!
-
No original grego, “está consumado” é “tetelestai”, que quer dizer
literalmente: “totalmente pago”.
-
Foi na cruz que Jesus ganhou a minha e a sua vitória.
6)
MORTE X VIDA
- Ao
pender a sua cabeça e entregar o seu espírito, Jesus expirou; ou seja, Jesus
morreu.
-
Tanto morreu que foi logo descido da cruz, embalsamado e sepultado. - À luz da
lógica, a morte vencera a vida.
-
Justo aquele que sempre falara em vida eterna, em vitória sobre a morte, agora
hei-lo ali, desfalecido, sem vida; morto!
#
O paradoxo é que Jesus na verdade morreu, mas a morte não conseguiu detê-lo; e
se a morte não conseguiu detê-lo, isto quer dizer que finalmente a morte fora
vencida!
-
Na verdade o inimigo o feriu, mas acabou sendo esmagado por Cristo, como
previsto em Gênesis 3.15, na 1ª profecia messiânica da Bíblia: “esta te ferirá
a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar”.
-
Jesus morreu, mas a sua morte tornou-se em vida quando ele ressuscitou ao 3º dia.
Por isso está escrito: “Tragada foi a morte na vitória; onde está, ó morte, o
teu aguilhão? Onde está, o inferno, a tua vitória?” (I Co 15.54b,55).
CONCLUSÃO
7)
TRISTEZA X ALEGRIA
- O
último dos paradoxos da cruz de Cristo é que, a sua morte, na Cruz do Calvário,
deveria ser vista para sempre com grande tristeza e grande dor para todos os
que nele creem.
-
O dia da sua crucificação deveria ser esquecido, arquivado, jamais lembrado,
pois assim fazê-lo, à luz da lógica humana, seria relembrar um momento de
extrema tristeza, de grande dor.
#
O paradoxo é que o próprio Jesus ordenou que celebrássemos a sua morte na cruz,
com grande alegria.
-
Que não nos esquecêssemos, pelo contrário, que fizéssemos isso em memorial
perpétuo.
-
Lucas descreve em 22.19,20: “E, tomando o pão e havendo dado graças, partiu-o e
deu-lho, dizendo: isto é o meu corpo que é dado por vós, fazei isto em memória
de mim; semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: este cálice é
o novo testamento em meu sangue, que é derramado por vós”.
CONVITE
-
Dessa forma, convido-lhe a alegrar-se pela morte do Senhor, pela cruz que ele
enfrentou por amor a nós.
-
Porque paradoxalmente, na cruz do calvário, a maldição virou bênção; a derrota
se transformou em vitória; a morte se fez vida; e a tristeza se tornou em
alegria.
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