O CRISTÃO E O SÁBADO
No Livro de Êxodo, capítulo 20, encontramos os “Dez Mandamentos” dados
por Deus a Moisés no Monte Sinai; dentre esses, o mais polêmico é o quarto
Mandamento, que trata da lembrança do dia do sábado para o santificar.
Ex 20.8 Lembra-te do dia do sábado, para o
santificar.
9 Seis dias trabalharás, e farás toda a tua
obra.
10 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu
Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está
dentro das tuas portas.
11
Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo que
neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou o SENHOR o dia do
sábado, e o santificou.
A interpretação desse mandamento gera dúvidas ao longo dos séculos e
relevantes controvérsias doutrinárias.
Portanto, cabe aos Cristãos, especialmente, aprofundarem-se na análise
do assunto, com o objetivo de compreendê-lo em sua amplitude. Este breve estudo
tem como finalidade auxiliá-los nessa tarefa.
O SÁBADO INSTITUCIONAL
A base legal do sábado institucional encontra-se no advento da
criação. Deus celebrou o sétimo dia após a criação, abençoou este dia e o
santificou. Aliás, o sábado foi a primeira coisa relatada na Bíblia que Deus
santificou.
Gn 2.2
E havendo Deus acabado no dia sétimo a obra que fizera, descansou no
sétimo dia de toda a sua obra, que tinha feito.
3 E
abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a sua
obra que Deus criara e fizera.
Quando Gn 2.3 diz que “Deus...nele descansou”, obviamente não tem o
sentido de que Ele estivesse cansado de Seu trabalho. A própria Palavra de Deus
diz que Deus não se cansa nem se fatiga (Is 40.28). A palavra “descansou” nesse
contexto derivou do original hebraico “shabat” (com um único “b”), que é um
verbo que quer dizer “cessar”, “interromper”. Ou seja, Deus interrompeu a sua
atividade criadora, mas manteve as demais atividades mantenedoras e cuidadoras
(Hb 1.3; Cl 1.15). Em João 5.17 Jesus afirma que “meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também”.
Ou seja, o sábado da criação foi um dia de celebração. De contemplação
da criação. Um sábado que, de acordo com Agostinho de Hipona, seria um dia que
jamais acabaria, não fora o pecado original.
Deus criou o homem e, obviamente, o conhece profundamente e sabe que
este precisa de descansos periódicos para que não seja acometido de uma série
de problemas físicos e mentais. Aliás, não somente o homem necessita de
descanso, mas também os campos cultivados e as máquinas, que precisam de
constante manutenção.
Deus sabe que trabalhar sem descanso faz mal ao ser humano e somente o
descanso noturno não é suficiente.
Dessa forma, Deus instituiu um dia para descanso semanal, e esse dia,
a princípio, poderia ser qualquer dia da semana, contanto que houvesse o
descanso.
Paralelamente, Deus atribuiu que fosse separado um dia exclusivamente
para sua adoração, para o relacionamento do homem com Ele. E esse dia seria o
mesmo dia separado para o descanso semanal.
O SÁBADO LEGAL
O sétimo dia da semana no calendário judaico foi marcado para
proporcionar esse repouso e adoração. O sábado vem do substantivo hebraico
“shabbat” (com duas letras “b”), que aparece pela primeira vez em Ex 16.23-27,
no advento do maná. No Novo Testamento o sábado vem do original grego
“sabbaton”, que quer dizer “repouso”, “cessação”.
A palavra “sábado”, assim traduzida para o idioma Português, aparece
136 vezes na Bíblia Sagrada, a primeira delas em Ex 16.23.Dessa forma, o
Sábado Legal foi introduzido no mundo pela Lei, dada por Deus a Moisés no Monte
Sinai e não consta que os patriarcas mais antigos (Abraão, Isaque, Jacó e seus
descendentes) tenham guardado os sábados.
E é exatamente aí que está o cerne da questão, o ponto onde o nó
aperta, mas onde ele pode ser desatado. A interpretação dos Cristãos, ao longo
dos séculos, é de que o Sábado Institucional, que trata do necessário descanso
semanal e da adoração a Deus, é uma determinação que abrange a todos, pois tem
como base o sábado da criação; mas que o Sábado Legal é um mandamento que
atinge exclusivamente os judeus, ou seja, trata-se de uma Lei Cerimonial
judaica.
A primeira base para esse entendimento é a interpretação do texto que
se encontra no livro do Êxodo, no capítulo 31, em seus versículos 13,16 e 17:
13
Tu, pois, fala aos filhos de Israel, dizendo: Certamente guardareis meus
sábados; porquanto isso é um sinal entre mim e vós nas vossas gerações; para
que saibais que eu sou o SENHOR, que vos santifica.
14
Portanto guardareis o sábado, porque santo é para vós; aquele que o
profanar certamente morrerá; porque qualquer que nele fizer alguma obra, aquela
alma será eliminada do meio do seu povo.
15 Seis dias se trabalhará, porém o sétimo dia é
o sábado do descanso, santo ao SENHOR; qualquer que no dia do sábado fizer
algum trabalho, certamente morrerá.
16 Guardarão, pois, o sábado os filhos de
Israel, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua.
17
Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre; porque em
seis dias fez o SENHOR os céus e a terra, e ao sétimo dia descansou, e
restaurou-se.
Verifique que aqui a Palavra de Deus é bem clara ao enfatizar: “fala
aos filhos de Israel”, “isso é um sinal entre mim e vós”; “guardareis o sábado,
porque santo é para vós”; “guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel”;
“entre mim e os filhos de Israel será um sinal para sempre”. Observe que em
todos os textos fica esclarecido que o tema é uma exclusividade dos filhos de
Israel. Entendimento semelhante pode ser tirado de Ex 35.1-3, Lv 16.31; 23.16,32,38;
24.8; 25.2,4,6; 26.33-35,43; Nm 15.32-36; 28.9,10; II Rs 4.23; I Cr 9.32; 23.31;
Ne 10.31,33; etc; sendo enfático em Ez 20.9-12,20:
Ez 20.9 O que fiz, porém, foi
por amor do meu nome, para que não fosse profanado diante dos olhos dos
gentios, no meio dos quais estavam, a cujos olhos eu me dei a conhecer a eles,
para os tirar da terra do Egito.
10 E os tirei da terra do Egito,
e os levei ao deserto.
11 E dei-lhes os meus estatutos
e lhes mostrei os meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles.
12 E
também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre mim e eles;
para que soubessem que eu sou o SENHOR que os santifica.
20 E
santificai os meus sábados, e servirão de sinal entre mim e vós, para que
saibais que eu sou o SENHOR vosso Deus.
Dessa forma, o Sábado Legal é um sinal distintivo do povo judeu, assim
como o é a circuncisão. E não há menção, desde que o assunto foi discutido e
encerrado nos tempos apostólicos, da Igreja Primitiva (Atos 15, no Concílio de
Jerusalém), de que os Cristãos precisem se circuncidar. Assim como a
circuncisão foi um pacto celebrado com os filhos de Israel na pessoa de Abraão,
o Sábado Legal foi um pacto celebrado com os judeus na pessoa de Moisés.
Na análise comparativa dos textos constantes no livro do Êxodo, em seu
capítulo 20, e no livro do Deuteronômio, em seu capítulo 5, onde ambos abordam
os Dez Mandamentos, observa-se mais um ponto que pode esclarecer esse assunto.
Ex 20.2 é praticamente idêntico a Dt 5.6; Ex 20.3 é praticamente
idêntico a Dt 5.7; e esse fenômeno ocorre nos versículos subsequentes até Ex
20.17, que é idêntico a Dt 5.21. As mais relevantes exceções estão nos
versículos 8, 10 e 11 de Êxodo 20, que diferem dos versículos 12, 14 e 15 de
Deuteronômio 5. Justamente no quarto mandamento, que trata do sábado:
Se em Êx 20.8, o Mandamento diz “Lembra-te do dia do sábado”, em Dt
5.12 diz textualmente “Guarda o dia do sábado”. Isso é interessante, porque os
demais versículos têm correlação com essa alteração.
Deuteronômio 5.14 amplia o texto de Êxodo 20.10 e fala explicitamente
de descanso, necessário à saúde humana:
Ex 20.10 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu
Deus; não farás nenhuma obra, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu
servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o teu estrangeiro, que está
dentro das tuas portas.
Dt 5.14 Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR teu
Deus; não farás nenhum trabalho nele, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem
o teu servo, nem a tua serva, nem o teu boi, nem o teu jumento, nem animal
algum teu, nem o estrangeiro que está dentro de tuas portas; para que o teu servo e a tua serva
descansem como tu;
Já Deuteronômio 5.15 é totalmente diferente de Êxodo 20.11. Senão
vejamos:
Ex 20.11 Porque em seis dias fez o SENHOR os céus e a
terra, o mar e tudo que neles há, e ao sétimo dia descansou; portanto abençoou
o SENHOR o dia do sábado, e o santificou.
Dt 5.15 Porque te lembrarás que
foste servo na terra do Egito, e que o SENHOR teu Deus te tirou dali com mão
forte e braço estendido; por isso o SENHOR teu Deus te ordenou que guardasses o
dia de sábado.
Ora, observe que em Ex 20.11 o texto se reporta ao advento da criação,
que obviamente abrange toda a raça humana; mas Dt 5.15 reporta-se à servidão na
terra do Egito e a saída dos filhos de Israel, sob a mão forte do Senhor. Isso
obviamente abrange somente os hebreus.
Dessa forma, com fulcro em Ex 20.8, entende-se que todos os homens
devem “lembrar-se” do dia do descanso, com base no sábado da criação; e, com
fulcro em Dt 5.12, entende-se que os filhos de Israel devem “guardar” o sábado,
com base no dia da saída do povo israelita do Egito.
A INTERPRETAÇÃO DIFERENTE ENTRE JUDEUS E CRISTÃOS
Com base em tudo isso, o quarto mandamento tem dois sentidos
paralelos, igualmente relevantes, e que devem ser obedecidos de forma diferente
pelos judeus e pelos cristãos.
ü
Para os
Judeus: o sábado institucional e legal, para descanso (Dt 5.14), com base
no sábado da criação (Gn 2.2,3) e como memorial exclusivo (Ex 31.13,16,17),
devido à libertação da servidão do Egito (Dt 5.15).
ü
Para os
Cristãos: apenas o sábado institucional, para descanso, com base no sábado
da criação (Gn 2.2,3).
Mas, para os cristãos, como o descanso tem caráter meramente humanitário/social
e não cerimonial, pode ocorrer em qualquer dia da semana, não necessariamente
no sábado. Dessa forma, o cristão cumpre o quarto mandamento ao repousar o seu
descanso semanal em qualquer um dos dias da semana, devotando-o
prioritariamente ao Senhor.
O REFERENDO DE CRISTO E DOS APÓSTOLOS
Referendando o que analisamos anteriormente, observamos que Jesus,
apesar de judeu, ressaltou, de forma tácita, que a guarda do sábado é um
preceito cerimonial.
Na passagem constante de Mt 12.1-4, observa-se que Jesus coloca esse
mandamento no mesmo patamar, na mesma categoria, dos pães da proposição.
Mt 12.1 Naquele tempo passou
Jesus pelas searas, em um sábado; e os seus discípulos, tendo fome, começaram a
colher espigas, e a comer.
2 E os fariseus, vendo isto,
disseram-lhe: Eis que os teus discípulos fazem o que não é lícito fazer num
sábado.
3 Ele, porém, lhes disse: Não
tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os que com ele estavam?
4 Como entrou na casa de Deus, e
comeu os pães da proposição, que não lhe era lícito comer, nem aos que com ele
estavam, mas só aos sacerdotes?
5 Ou
não tendes lido na lei que, aos sábados, os sacerdotes no templo violam o
sábado, e ficam sem culpa?
Não há dúvida que os “pães da proposição” são um preceito cerimonial,
exclusivo dos judeus. Observe que para o “comer” dos pães da proposição há
concessão (Ex 29.33, Lv 22.10, I Sm 21.6), e para Leis Morais não existe
concessão.
Jesus asseverou que a circuncisão, outro preceito cerimonial exclusivo
dos judeus, ocorria nos dias de sábado. Ora, de alguma forma se observa que a
circuncisão é mais relevante que a guarda do sábado; se assim não o fosse, a
data da circuncisão seria alterada para outra data. Ora, usando de lógica, se
Lei Moral é maior que Lei Cerimonial, e a circuncisão foi posta em patamar
superior (ou no mínimo igual) à guarda do sábado, daí se depreende que a guarda
do sábado não é Lei Moral, mas Lei Cerimonial. E, se é Lei Cerimonial, é
exclusiva dos judeus.
Os fariseus muito contenderam com Jesus a respeito desse quarto mandamento,
até porque nos outros nove mandamentos da Lei Moral (e em todos os mais de
seiscentos mandamentos dados por Deus a Moisés), não havia em Cristo qualquer
mancha ou rusga.
Jesus não se privava de fazer o bem no sábado (ver Mc 3.1-5; Lc
13.10-17; 14.1-6; Jo 5. 8-18; 9.6,7,16), o que ia de encontro ao legalismo
religioso e às 39 proibições relacionadas na tradição farisaica.
Sobre o sábado, Jesus nos deixou três reflexões cabais sobre o tema:
Mt 12.12 É lícito fazer o bem no sábado.
Mc 2.27 O sábado foi feito por causa do
homem, e não o homem por causa do sábado.
Mc 2.28 Porque o Filho do Homem até do
sábado é Senhor.
Interessante que Jesus “repaginou” diversos mandamentos, mas em
momento algum orientou os cristãos a guardarem o sábado. O Novo Testamento como
um todo repete diversas Leis do Antigo Testamento, mas não se refere de forma
definitiva em relação ao sábado. Não há, no Novo Testamento, nenhum mandamento
para guardar dias.
Ao que parece, essa discussão a respeito da guarda do sábado pelos
Cristãos vem desde os tempos da Igreja Primitiva, e vemos nas epístolas
diversas instruções que corroboram com o entendimento de que os cristãos não
tem por obrigação guardar o Sábado Legal.
Por exemplo, para um judeu convertido ao cristianismo, poderia ser
aberta uma possibilidade para que este continuasse guardando o sábado, devido
ao seu costume (Rm 14.2-6).
Rm 14.2 Porque um crê que de
tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes.
3 O que come não despreze o que
não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por
seu.
4 Quem és tu, que julgas o servo
alheio? Para seu próprio SENHOR ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque
poderoso é Deus para o firmar.
5 Um faz diferença entre dia e
dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro
em sua própria mente.
6
Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do
dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a
Deus; e o que não come, para o SENHOR não come, e dá graças a D
Mas para os gentios convertidos ao cristianismo, trata-se de uma discussão
irrelevante e desnecessária (Gl 4.9-11; Cl 2.16,17).
Gl 4.9 Mas agora, conhecendo a
Deus, ou, antes, sendo conhecidos por Deus, como tornais outra vez a esses
rudimentos fracos e pobres, aos quais de novo quereis servir?
10 Guardais dias, e meses, e
tempos, e anos.
11
Receio de vós, que não haja trabalhado em vão para convosco.
Cl 2.16
Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos
dias de festa, ou da lua nova, ou dos sábados,
17
Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de Cristo.
Da transcrição de Efésios 2.8-10 verificamos que se não guardarmos o
sábado, nem por isso deixaremos de ser salvos, porque não estamos debaixo da
Lei.
Ef 2.8 Porque pela graça sois
salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.
9 Não vem das obras, para que
ninguém se glorie;
10
Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as
quais Deus preparou para que andássemos nelas.
Ademais, o Concilio de Jerusalém, aqui já abordado, foi cabal em sua
deliberação quanto às Leis que deveriam ser seguidas pelos cristãos, não
abrangendo a guarda do sábado (At 15.28,29).
Finalmente Tiago, em sua linguagem dura, destaca qual é a
característica da religião pura:
Tg 1.26 Se alguém entre vós
cuida ser religioso, e não refreia a sua língua, antes engana o seu coração, a
religião desse é vã.
27 A
religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as
viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.
O fim do Sábado Legal foi previsto pelos profetas (Jr 31.31-33; Os
2.11; e ver também Is 1.13). Os Cristãos não estão debaixo do Antigo Concerto
(Gl 3.23-25), mas tem um Novo e melhor Concerto (Hb 8.8-12). O entendimento é
de que as exigências cerimoniais foram canceladas na morte de Cristo (Rm
14.5,6; Gl 4.9-11; Cl 2.14,16).
OS CRISTÃOS ESCOLHERAM O DOMINGO
Ora, se o dia do descanso semanal, conforme o Sábado Institucional,
poderia ser qualquer dia da semana, os cristãos, de forma espontânea,
escolheram o domingo, desde os primórdios da Igreja (At 20.7; I Co 16.2).
A palavra “domingo” significa “Dia do Senhor”, pois foi nesse dia que
o Senhor Jesus ressuscitou. O primeiro Culto cristão ocorreu também num domingo:
“Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas
onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e
pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco” (Jo 20.19). O segundo Culto
também, pois a Bíblia diz que isso aconteceu “oito dias depois” (Jo 20.26).
Dessa forma a prática foi se tornando comum, espontânea, sem decreto e
sem oposição, sendo simplesmente confirmada por Constantino.
Os muçulmanos guardam a sexta-feira
como seu dia santo. Os judeus guardam o sábado, como sua Lei Cerimonial. Nós
Cristãos temos como dia de adoração o domingo, como um sinal de que pertencemos
a Cristo.
Entretanto, por não ter um aspecto cerimonial, não é pecado ou transgressão
que não guardemos o domingo. Guardar o domingo, por legalismo, também é
inadequado. Se, por questões diversas, especialmente as profissionais, o
domingo não puder ser o dia de descanso e de adoração ao Senhor, não há
problema que o cristão o faça em outro dia da semana. Afinal a reverência não é
pelo “Dia do Senhor”, mas pelo “Senhor do Dia”.
O que não é recomendável e que não se tire o dia de descanso semanal,
pelos motivos físicos aqui já expostos.
REFERÊNCIAS
ü
Revista Lições Bíblicas da CPAD – 1º Trimestre
de 2015. Revista do Professor.
ü Bíblia
de Estudo Pentecostal. Almeida Revista e Corrigida.
ü SOARES,
Esequias. Manual de Apologética. Editora CPAD.
ü
Aula do Irmão Adaílton, na EBD da Assembleia de
Deus de Águas Claras.